segunda-feira, abril 30

Da angústia diária.

o poço da angústia parece nunca secar
volta e meia as lágrimas caem sem avisar
eu carrego as lembranças
e as marcas na pele
você muitas vezes não percebe

na solidão, onde as vozes se calam
o vazio se comporta como rei
na solidão, onde as vozes se calam
construo o meu abrigo
e traço o caminho
que seguirei.

quarta-feira, abril 25

Indigente.

o confuso persegue meus pensamentos furtivos
derrubando as certezas inventadas por outros

nós nomeamos as relações
tão carregadas de intensos significados
e abdicamos o inominável
em troca da certeza compromissada

eu caminho descalça, sem nome nem placas
na estrada longa das sentimentações
sorrio, choro e grito
e sinto no corpo o arrepio de novas sensações

não quero nomes, quero olhares
não quero datas, prefiro as preliminares

seus conceitos, contratos e convenções
apenas atrasam a evolução das nossas relações

que seja livre o amor verdadeiro
que seja eterno o beijo primeiro
que seja real o aperto de maõs
que seja o abraço, sinônimo de união