Berra pro mundo todas as tuas angústias e anseios.
Derrama em lágrimas e sangue toda a tua fúria e
a tua enorme vontade de viver.
Grita coração.
Cospe de volta para esses hipócritas todo o
puritanismo ensinado na infância,
as proibições da adolescência e a
falsidade da vida adulta.
A liberdade que só existe nos sonhos,
a verdade que não é contada,
a inocência que é roubada.
Grita coração.
E quem será atingido por esses gritos?
Quem irá se constranger ou revoltar-se com esses berros?
Os verdadeiros, os intensos, os que vivem e
não apenas, existem. Ou talvez não.
Talvez estes estejam longe demais para
ouvir os teus gritos, coração cansado.
Eles estão agora contando verdades absurdas,
com suas vozes estridentes, de ébrios.
Ou com suas vozes suaves, de amantes.
Devem estar agora caminhando por ruas desertas,
quebrando regras, pensando em nada e ao mesmo tempo em tudo.
O nada dos que se dizem donos da verdade,
o tudo daquelas que vivem a verdade.
Porém, te digo. Grita coração.
Porque eu estou a te ouvir.
Habitas em mim, porém não sou tua dona.
Nem tua dona, nem de ninguém.
Sou tua companheira coração, as vezes até tua escrava.
E te peço, grita, berra!
Pois cansei de dar ouvidos para a razão.
Berramos angústias...
ResponderExcluirSoluçamos angústias...
E nos escondemos em máscaras, para ninguém perceber...