tuas perguntas soam ao meu ouvido
tal qual interrogatório policial
teus passos seguindo os meus
desviam-me de meu caminho habitual
algumas vezes perco até a direção
as mãos que antes vinham de encontro
aos meus braços, agora vão de encontro à
minha mochila surrada, à procura da
prova do crime
teu olhar que tantas vezes fitou o meu
fitava e consolava, fitava e sorria
agora apenas encara.
se meus olhos tomavam um tom avermelhado
logo tu vinhas gentil e carinhosa:
tava chorando minha menina ?
hoje o tom avermelhado de meus olhos
te causa apenas desconfiança
medo e me fala com ironia
cada vez que chego em nosso lar
tu colocas um tijolo no
muro que nos separa
quem irá derruba-lo minha velha senhora?
perco-me à procura da resposta.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIsso é triste, sei como se sente.
ResponderExcluirÉ triste para quem é reprimido.
É triste para quem oprime.
Quando pais, colocamos todos os nossos desejos reprimidos nos filhos e de repente eles não são o espelho do que queríamos. Isso é estranho, triste.
Cabe a todos tentarmos sempre ser compreensíveis.
Falamos tanto de respeito e esquecemos da tolerância.
Têm bibelos que quando quebram podem até ser colados, mas sempre levam a marca da cisão no seu peito.
As pessoas se deixam adestrar e querem que os outros façam os mesmos movimentos, elas não aceitam as livres maneiras de caminhar. Resista até o fim, a cultura não precede nenhuma das maneiras de ser.
ResponderExcluirBjus sempre!