quarta-feira, maio 26

muda, nua, crua.

ando muda, ando só.
caminho sempre com os mesmos passos.
meus pés pisam sempre no mesmo chão
o asfalto quente, o piso antiderrapante do coletivo
a calçada esburacada do campus, o chão do meu lar
ando calada, a espera do nada
muda, crua, nua
sem respostas, sem perguntas
apenas muda e nada muda
a saudade vela o meu silêncio
a saudade da compreensão, da lucidez
a saudade dela e a saudade do
vermelho vivo da aquarela
vermelho sangue que corre nas minhas
veias finas. vermelho pulsante. cortante.
porém calado. queria eu montar num cavalo alado
e gritar sem ter o que gritar.
afinal
ando muda, crua, nua
e lá fora, nada muda.

4 comentários:

  1. as vezes a gente se sente assim, precisamos mudar pra nos sentir inteira e sermos mais completos.


    gostei da poesia, muito boa.

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  2. Todos se sentem assim pelo menos uma vez na vida.

    Excelente poema. Parabéns!

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  4. Até Paree que me li, Aqui.
    Tudo a ver com o meu post.
    Tudo a ver com o meu dia-a-dia.
    Com o meu eu. Com o que tô sentindo atualmente.
    Adoreii.
    E vc como sempre
    Dançando com as letras.
    Parabéns Flor.

    beiijoo Grandee'

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